segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Careta ou solidário?


Certo dia fui indagado se eu era feliz sem tomar bebida alcoólica ou achava que vivia a vida completamente, sendo tão “careta”.

A resposta parece simples, mas me levou a alguns desdobramentos que me fizeram refletir mais profundamente.

Como é sabido por familiares, amigos e conhecidos, eu não consumo bebida alcoólica porque fui acometido por uma enfermidade diagnosticada como hipertensão, descoberta aos meus dezoito anos de idade. Logo, a partir dessa idade tomo remédio d-i-a-r-i-a-m-e-n-t-e para controlar a pressão arterial.

Uma herança genética deixada principalmente por meu pai e avós, que consequentemente me acompanhará para o resto da vida.

O fato é que como a descoberta se deu no auge de minha adolescência, acabei aproveitando inconscientemente à noite, as baladas, sem consumir qualquer tipo de produto que cause dependência, leia-se cigarro ou bebidas.

Isto porque li que os consumindo em abundância agravaria demais minha patologia, o que foi corroborado depois pelos médicos que atendem a família.

Como sei que não sou uma pessoa muito comedida, acabaria por várias vezes extrapolando o limite do normal, razão pela qual seria obrigado a controlar o uso.

Ocorre que, por um milagre da vida e alguns acontecimentos familiares, a bebida alcoólica e outros dependentes químicos, não me despertam interesse, como uma comida saborosa e uma ótima companhia.

Então, a priori, facilmente se encontraria a resposta para a pergunta que inicia o post com essa ultima afirmação no parágrafo acima, pois o que não faz falta, não desperta interesse, não é necessário para alcançar os momentos felizes.

Por outro lado, depois ter acompanhado ao longo dos meus vinte e sete anos, meu pai, tios, primos, amigos e conhecidos que infelizmente foram vitimas do uso exagerado da bebida alcoólica pude perceber, sem exceções, que ser “careta” é ser solidário. Explico-me.

Ressalto que não sou da área médica, quiçá da área da saúde, mas com uma pequena leitura e os acasos da vida, posso me dar o direito de fazer uma explanação sobre o assunto.

Com efeito, até hoje, a ciência e a medicina, não entraram num consenso sobre os reais males do uso da bebida alcoólica. Sabe-se que seu uso exacerbado provoca ansiedade, fala arrastada, dificuldade para tomar decisões, desinibição do comportamento ou sonolência (efeito imediato).

A longo ou curto prazo, o alcoolismo pode provocar doenças graves no cérebro e fígado, podendo, inclusive, resultar em câncer. A função cognitiva pode ser intensamente afetada pelo consumo abusivo de álcool. No fígado, pode ocorrer a hepatite alcoólica, que pode levar, até mesmo, ao câncer. O abuso de álcool também está relacionado à desnutrição, problemas cardíacos, úlcera péptica, pancreatite e alterações nos nervos e músculos.

Claro que o tempo está intimamente relacionado à predisposição do individuo, sejam por questões hereditárias, genéticas, médicas ou acidentais. O que percebo é que principalmente as pessoas que descobrem ou sentem essa predisposição são as que mais consomem.

Os motivos (ou desculpas) são os mais diversos possíveis, “sou o super-homem”, “a vida é curta”, “porque não beber se vou morrer?”, “Quem não bebe não morre do mesmo jeito?”, “Como curtir a vida sem beber?”, “Não conheço ninguém que tenha feito amizade tomando leite”, “Quem não bebe não tem historia pra contar” e outras tantas que já escutei, no intuito de ser convencido a fazer parte dessa massa crescente.

Acontece que quando a pessoa não se impõe limite, a vida traiçoeiramente vem e reprime. São os casos em que a pessoa logo com tenra idade, pelo uso excessivo de álcool havendo certa predisposição, é acometida por doença grave ou fica impossibilitado de desenvolver atividades normais do dia a dia sem o auxilio de uma pessoa. Nesse ponto que minha teoria vem à tona.

Quando isso acontece, às pessoas que os cercam: amigos, familiares, namoradas, conhecidos com boa alma; deixam de viver completamente as suas vidas para dedicarem grande parte a pessoa acima exemplificada.

Então, ao pensar de forma egoísta, achando, equivocadamente, que se você não cuidar da sua saúde estará prejudicando a você somente, que sua saúde só lhe diz respeito e que não precisa de ninguém em casos que tem todo o dinheiro do mundo, olhe ao seu redor. Veja as pessoas que se importam com você e como isso poderia prejudicá-las, não só financeiramente, mas emocionalmente, fisicamente e psicologicamente.

Busque o equilíbrio, se isso realmente tiver que acontecer sem que para isso você coopere de maneira eficaz, seu coração estará tranquilo, sua mente em paz, a ajuda virá com prazer e quem sabe não será um grande fator para a uma reabilitação mais célere e sem mazelas.

Concluo, assim, que ser careta não é ser retrógrado, “estar fora de moda” ou demonstrar não ser moderno, e sim é um gesto de amor ao próximo, de SOLIDARIEDADE.

Pense nisso! Colabore.

4 comentários:

  1. Texto excelente!
    Até agora só tenho visto males às pessoas que consomem essas "drogas lícitas", principalmente, quando em excesso. Convivo com isso diariamente, seja por familiares, amigos... E o mais triste é que a pessoa não prejudica somente a si; estraga, adoece,também, quem está ao seu redor.
    Um ditado antigo, porém atual: Tudo demais é "sobra". Tudo em excesso, "faz mal".
    É uma lástima. Mesmo.

    Beijos querido!

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  2. ow amor que post lindo... adorei!!! Vc me surpreende. Esse teu jeito de como vê as coisas torna tudo especial. Sua personalidade forte que aprendi a amar. Graças a Deus não faz falta nem na minha nem na sua vida o consumo de alcool e assim no lugar de consumir isso, trocamos por mais carinho, afeto, respeito e amor, isso é o que nos completa. Sempre que meu coração estiver latente em busca de você e do teu toque posso fechar os olhos e buscar o teu sorriso, pq somos felizes pelo simples fato de ser nóis mesmos!!

    Te amo meu lindo!

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  3. Certíssimo!buscando abstinência tb...rsrsrs.bjaozao!

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  4. Aí é o BILADELAÚ! Falou e disse!!!!!

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